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terça-feira, 19 de novembro de 2013

Esquecida



O leitor saiu deixando
A última carta esquecida,
Estava bem no fundo do baú,
Em um canto, escondida.

Nela estava o último
Pedido do poeta,
Por isso estava oculta,
Porque ele não tinha mais nenhuma meta.

Encerrara-se o seu conto,
Estava terminada sua história,
Nela estava apenas
Um pequeno epílogo da sua trajetória:

Apenas Mais Uma Vez

Sentei-me no banco onde um dia
Pude vê-la sentar-se,
Olhei para o horizonte onde na alegria
Vi ela sorrir como se sonhasse.

Era noite,
Como em tantas que vimos,
As palavras mudas que ecoavam
Eram as que juntos sentimentos.

Fechei os olhos
Sentindo uma lágrima escorrer,
Meu coração despedaçado,
Senti-me morrer.


Quando os abri
A noite estava tão triste,
O céu havia perdido uma estrela
Que não mais existe.

Queria gritar,
Mas senti-me emudecer,
Queria controlar as lágrimas
Que teimavam em escorrer.

Apenas mais uma vez
Eu desejei lhe ver,
Poder ouvir seu riso,
Senti-lo me preencher.

Mas a verdade era clara,
Isso era impossível,
Eu nunca mais veria Lara,
Nem esqueceria seu destino terrível.
*******************

Essa foi a última parte dessa história em versos, espero que tenham gostado.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Pressa (quarta parte)



O leitor estava com pressa,
Mas queria ler antes de sair,
Estava ansioso para continuar
E também para partir.

Apoiou o baú na mesa,
Com as mãos apressadas,
Movidas com destreza,
Para ler as palavras desbotadas:

O fim

Quando as tardes
Já não eram suficientes,
Passamos a nos encontrar à noite
Como dois adolescentes.

O ar da noite era
Ainda mais reconfortante,
E na penumbra da praça
Eu esperava sua figura elegante.

Foi em uma dessas noites
Que o pior aconteceu,
Ela estava demorando
E um pensamento me ocorreu.

Decidi a procurar,
Pensei que ela estivesse por perto,
Mas bastou me levantar,
Que um barulho me deixou bem desperto.

Era o som que eu mais temia,
O som de um disparo de arma,
Que faria?
Quem seria?

Rápido,
Encaminhei-me na direção,
Tinha uma sensação ruim,
Um aperto no coração.

Lá no fundo eu já sabia,
Mas precisava ver,
Se fosse quem eu pensava
O que iria fazer?

Então eu a vi
Caída e ferida,
Corri para o seu lado,
Mas ela já não tinha mais vida.

Havia chegado tarde,
Não pude nem me despedir,
Se tivesse chegado algum tempo antes
Eu poderia ter tentado impedir.

No meu coração
A dor veio lancinante,
Estava sepultado o amor
Do meu coração de poeta amante.

Eu chorei,
Aquele era o fim,
Mas não havia levado somente ela,
Havia levado tudo de dentro de mim.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Curiosidade (Parte 3)

 


Era noite,
Mas a curiosidade era tamanha,
Que o baú foi novamente aberto
Movido por uma sensação estranha.

O leitor estava maravilhado,
As cartas eram velhas,
Mas de um ar encantado,
Acabou se perdendo no que era narrado:

Confissão

Estava tomada a minha decisão,
Eu contaria a ela,
Faria a confissão,
Então só dependeria dela.

Caminhei determinado
Para onde eu a encontraria,
Ela passava as tardes na praça
Que ficava próxima à padaria.

Sem demora logo a avistei,
Ela estava em seu banco,
Tinha a figura delicada
Em um leve vestido branco.

Meio incerto me aproximei,
Ela ergueu a sua face,
Sorriu e eu me sentei,
Logo perdendo meu disfarce.

''Está uma tarde linda. ''
Ela comentou.
''Sim.''
A coragem me faltou.

Eu precisava tentar,
Mesmo que não adiantasse
Precisava lhe falar,
Mas e se tudo falhasse?

''Preciso lhe confessar...''
Comecei.
''Pode falar. ''
Ela disse e eu me esforcei.

''Eu...''
Gaguejei.
''Me ama?''
Ela completou e eu me assustei.

''Como sabes?''
Eu não podia crer.
''Pelo modo como me olhas. ''
Ela deixou escapar sem perceber.

''E não dizes nada?''
Lhe indaguei.
''Apenas fico feliz em ser amada. ''
Ela devolveu o sorriso que eu lhe lancei.

No me contendo de felicidade,
Em um impulso a beijei,
Esqueci completamente a realidade,
Só lembrei quando me afastei.

Ela ficou corada,
Simplesmente perfeita,
A face delicada,
Que ela desviou para a direita.

Dai em diante passamos
A nos encontrar todos os dias,
Sempre no mesmo banco da praça
Dividindo as alegrias.

Mas como o tempo
É passageiro,
Foram-se passando dias,
Semanas e um mês inteiro.

Passávamos horas juntos,
Simplesmente perdidos,
Naquele mar de sentimentos profundos,
Onde as coisas não precisavam de sentidos.

Estávamos apaixonados,
Erámos felizes assim,
Mas nada dura para sempre,
Tudo tem um fim.

Seja feliz ou triste,
Seja qual for,
Nenhum sentimento que existe
Passa impune pela dor.

Isso eu tive que aprender,
Não foi possível evitar,
Não foi possível se esconder,
Eu tive que enfrentar.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Outra carta (segunda parte)


O baú foi novamente investigado,
Dessa vez em outro lugar
Um pouco mais organizado,
Onde outro envelope foi dele retirado.

A nova carta foi aberta,
Com outra parte dessa história,
Mais uma descoberta,
Deixando o leitor bem mais alerta:

Momento

Foi como num sonho,
Ou um doce despertar,
Para mim que já não tinha esperanças
De um dia lhe falar.

Andava pensativo pelas ruas,
Mas parei quando ouvi um triste soluçar,
Aproximei-me bem devagar
Para poder ver quem estava a chorar.

Foi quando a reconheci,
Era ela, estaquei no meu lugar,
Precisei pensar rápido
E decidi me aproximar.

''O que faz aqui fora?''
Me forcei a perguntar.
''Mandaram-me embora...''
Ela disse devagar.

''Cometeste algum crime?''
Hesitei em questionar.
''Não sei o que eu fiz e não querem me falar. ''
Ela conseguiu balbuciar.

De meu peito se apoderou um triste pesar,
Eu precisava fazer alguma coisa,
Decidi lhe ajudar,
Tentar lhe consolar.

Desse dia em diante,
Tornei-me seu amigo,
A via agora todo dia
E isso só aumentava o meu conflito.

Eu precisava de um momento,
Criar coragem para contar,
Com isso no pensamento,
Fui lhe procurar.

domingo, 10 de novembro de 2013

O Baú (primeira parte)



Dentro de um baú,
Em algum lugar do mundo,
Foram encontradas cartas
Escondidas bem lá no fundo.

Eram antigas, amareladas,
Com letras meio borradas,
Mas continham segredos,
A primeira falava de medos:

Medo de amar

Tudo parecia tão certo
E tão errado ao mesmo tempo,
Era uma confusão que povoava
O meu pensamento.

Estar próximo ou me afastar?
Deixar que aconteça ou antecipar?
Dizer a ela ou esperar?
Mostrar o que sinto ou ter medo de errar?

Estar com ela me tirava
A capacidade de pensar,
Eu não sabia o que fazer,
Não sabia o que falar.

Tudo estava embaralhado
Impedindo-me de raciocinar,
Eu estava perdido
Como um naufrago levado pelo mar.

Queria confessar que a amava,
Mas tinha medo de falhar,
Meu coração palpitava
Sempre que a via passar.

O que fazer?
Devo lhe falar?
Essa era a confusão que envolvia
O sentimento de amar.

*****************************
Esse é o prólogo do nosso romance, a partir dele pode-se observar que a pessoa está indecisa entre confessar ou esconder seus sentimentos. Eu escrevi tudo de forma a parecer que foram palavras de um poeta, mas não copiei isso de lugar nenhum, todas as poesias no blog eu mesma escrevi.

Cartas De Um Poeta Amante

 
Todas as fases de um amor em versos,
De sentimentos incertos,
De medos comuns e diversos
Sendo libertos.

Em cartas esquecidas pelo tempo,
Escritas em algum momento,
Encontra-se oculto
Um só sentimento.

E como na história
De um cavaleiro errante,
Revela-se a paixão
De um poeta amante.
 
******************************
Bem... Eu vou postar um romance escrito em versos e dividido em cinco partes, essa é apenas uma amostra do que vou postar daqui em diante.

domingo, 21 de julho de 2013

Anseios


Anseios


Eu queria poder mudar tudo,
Ser simplesmente feliz,
Mas não sei o que a vida me aguarda,
Sinto-me sempre por um tris.


Vejo uma figura incorpórea,
Sem rosto,
Como se aquilo fosse a minha vida,
Mas eu nunca sinto o gosto.


Queria abraça-lo,
Mas não devia,
Queria estar ao seu lado,
Mas não podia.


Queria correr, ser livre,
Queria gritar, vibrar,
Queria fazer, criar,
Mas depois me arrependo e quero apagar.


Quero tanto,
E quero nada,
Sinto-me subindo
E descendo uma escada.


Eu anseio,
Vejo tudo andando,
Faço em passeio,
Sussurro cantando.


Vejo alguns com muito,
Outros com pouco,
Vejo tantos sóbrios,
Ou agindo como um louco.


Ando por ai,
Passando pelo mundo,
Aqui e ali,
Mas às vezes vou fundo.


Se esse é meu destino
Não o quero mudar,
Vou criando esse traço fino,
Para no fim... O admirar.

sábado, 13 de julho de 2013

Renovando as esperanças



Renovando as esperanças

O mundo está cheio de pessoas
Que o querem mudar,
Para elas não faltam ideias,
Não falta o que opinar.

São de todas as idades,
De vários lugares,
De varias cidades,
Confundindo sonhos com
realidades.

Enquanto uns sonham,
Outros estão despertos,
Enquanto uns dão duro,
Outros são espertos.

Pense... Para que mudar?
Somente para melhorar?
Apenas para dar esperanças
Às nossas crianças?

Antes de começar a planejar
Reveja seus conceitos,
Mude você primeiro,
Expulse os preconceitos.

Comece a mudança por você,
Crie, renove o seu ser,
Deixe o melhor aparecer,
E se esforce para assim permanecer.

Dê espaço à liberdade,
Faça a sua verdade,
Tenha confiança,
Mantenha viva a esperança.

sábado, 6 de julho de 2013

A diferença entre poema, poesia e soneto








No sentido etimológico, poesia vem do grego poiesis, que pode ser traduzido como a atividade de produção artística ou a de criar ou fazer. Com base nisso, a poesia pode não estar só no poema, mas também em paisagens e objetos. Trata-se, enfim, de uma definição mais ampla, que abarca outras formas de expressão, além da escrita.
Já o poema também é uma obra de poesia, mas que usa palavras como matéria-prima. Na prática, porém, convencionou-se dizer que tanto o poema quanto a poesia são textos feitos em versos, que são as linhas que constituem uma obra desse gênero.
Por fim, o soneto é um poema de forma fixa. Tem quatro estrofes, sendo que as duas primeiras se constituem de quatro versos, cada uma, os quartetos, e as duas últimas de três versos, cada uma, os tercetos. Todos eles têm dez sílabas poéticas, classificando-se como decassílabos. Os sonetos costumam ter uma estrutura semelhante. O texto começa com uma introdução, que apresenta o tema, seguida de um desenvolvimento das ideias e termina com uma conclusão, que aparece no último terceto. Essa é, em geral, a estrofe decodificadora de seu significado.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Como fazer uma poesia em dez passos rápidos
















Como se faz uma poesia?
Como eu entro nesse mundo de fantasia?
É só escrever?
É só fazer?

Anote os passos a seguir na sua mente,
Servirá como semente
Do que se quer plantar,
E vai definir o resultado, transformar.

Primeiro: Poesia nem sempre precisa de rima
Mas se não sabe disso pergunte a uma prima,
Poesia não é algo pra se entender,
É o melhor dos sonhos para se viver.

Segundo: Você não precisa ficar parado
Pode correr por ai todo desleixado,
Isso se faz quando se procura inspiração,
O que é isso? Uma coisinha do tamanho de um botão.

Terceiro: Depois de cansar de tanto correr
Pare em um lugar onde você possa escrever,
Pegue uma folha comum,
Se arme de um lápis e acalme seu Tum-Tum.

Quarto: Agora você vai precisar de muita coragem
Criar uma poesia não é bobagem,
Isso é um segredo,
Não conta pra ninguém, mas poesia me dá medo.

Quinto: Já pensou em um título?
Não faz mal, isso não é ridículo,
Comece pelo texto,
Mas não vá começar a inventar um pretexto.

Sexto: E ai, já sabe do que quer falar?
Não?! Acho que você pode inventar,
É serio, invente!
Diga o que você sente!

Sétimo: Nenhuma ideia?
Xiiiiiiiiiiii, sei não,
Isso tá me cheirando a  enrolação,
Vamos lá, isso não é tão difícil.

Oitavo: Não vale sugestão,
Tenha a sua ideia,
Seu pensamento,
Sua opinião.

Nono: E ai? Pensou em algo?
Pode ser a sua vida, sua cidade,
Sua região,
Inove, seja um campeão.

Décimo: Olha, eu acho que já fizemos uma poesia,
Pois é, nem eu prestei atenção,
Mas fazer o que se eu sou pura distração?
Agora faça sozinho, mostre sua imaginação.

Perdida


























Eu sou uma pessoa,
Não um objeto,
Ao invés de esperar,
Posso ir direto.

Por que não fazer nada?
Não ficar simplesmente parada?
Por que não agir?
Por que não me divertir?

São tantas perguntas,
São tantas respostas,
São tantas certezas
E também apostas.

Por que ao invés de ganhar
Não me deixo perder?
Por que ao invés de diferenciar
Não me deixo pertencer?

São tantas questões,
São tantas soluções,
São tantas noções
E também sensações.

Por que às vezes sou chata
E em outras divertida?
Por que ao invés de achada
Eu me sinto perdida?

Pode ser certeza,
Pode ser medo,
Pode ser aberto
Ou um segredo.

Eu posso saber,
Posso não entender,
Eu posso existir
E também desaparecer.

Criando o seu, o meu, e o nosso mundo

 














Para começar temos uma folha em branco,
Dê a ela algumas cores,
Uma praça e um banco,
Onde a vida mostra seus sabores.

Para pintar temos nossas mãos,
Alguma inspiração,
Um sonho no coração,
E um desejo profundo de ser feliz.

Para desenhar temos um pincel,
De cerdas macias
Como a seda de um véu,
Que em mãos erradas se torna um fel.

Para ver temos nossos olhos,
Para sentir temos o coração,
Para amar temos a paixão
E para voar o dom da flutuação.

Como é o seu mundo?
Como o meu?
Ou esse mundo é nosso?
Ou esse mundo é seu?



Embarque por essa porta aberta na imaginação




Porta aberta para a imaginação














 
Aqui vamos viajar um pouco,
Esquecer problemas,
Esquecer o mundo,
Esquecer dilemas.

Se entregue a sua imaginação,
Se deixe guiar pela sua intuição,
Venha comigo fazer uma nova descoberta,
Passe por essa porta aberta
Na sua imaginação.