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sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Pressa (quarta parte)



O leitor estava com pressa,
Mas queria ler antes de sair,
Estava ansioso para continuar
E também para partir.

Apoiou o baú na mesa,
Com as mãos apressadas,
Movidas com destreza,
Para ler as palavras desbotadas:

O fim

Quando as tardes
Já não eram suficientes,
Passamos a nos encontrar à noite
Como dois adolescentes.

O ar da noite era
Ainda mais reconfortante,
E na penumbra da praça
Eu esperava sua figura elegante.

Foi em uma dessas noites
Que o pior aconteceu,
Ela estava demorando
E um pensamento me ocorreu.

Decidi a procurar,
Pensei que ela estivesse por perto,
Mas bastou me levantar,
Que um barulho me deixou bem desperto.

Era o som que eu mais temia,
O som de um disparo de arma,
Que faria?
Quem seria?

Rápido,
Encaminhei-me na direção,
Tinha uma sensação ruim,
Um aperto no coração.

Lá no fundo eu já sabia,
Mas precisava ver,
Se fosse quem eu pensava
O que iria fazer?

Então eu a vi
Caída e ferida,
Corri para o seu lado,
Mas ela já não tinha mais vida.

Havia chegado tarde,
Não pude nem me despedir,
Se tivesse chegado algum tempo antes
Eu poderia ter tentado impedir.

No meu coração
A dor veio lancinante,
Estava sepultado o amor
Do meu coração de poeta amante.

Eu chorei,
Aquele era o fim,
Mas não havia levado somente ela,
Havia levado tudo de dentro de mim.

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